quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Palavras soltas (2)

Na Tempestade dos Sonhos

É na tempestade dos sonhos que procuro abrigo dos dias cinzentos e enfadonhos…
E onde me refugio nas inúmeras noites em que o sono teima em não chegar.  
Nesse local mágico, de vez em quando, também te vou encontrar.
Eu sei…
Já me disseste algumas vezes que alguns dos teus sonhos foram igualmente roubados pelo turbilhão da vida.
Mas eu prefiro continuar a dizer-te que, mesmo adormecidos, eles ainda não partiram de vez…
Guardo a esperança de um dia reencontrar aquela gavetinha da minha infância, que fechava com o cadeado do cofre rosa…
E quando ouço a voz da bruxa má a dizer-me que esse já não é o meu lugar, viro-lhe as costas, e faço-lhe uma careta daquelas feias, com a língua de fora!!
Sim, eu sei que já sou crescida.
Por vezes adulta demais…
Mas nego deixar partir a criança que guardo cá dentro, aquela mesma que me sorri com um ar travesso, enquanto segura numa das mãos um rádio portátil e, na outra, a malinha das cassetes.
Aquela que fazia os trabalhos de casa a correr para poder dedicar o resto da tarde ao seu rádio e às suas eternas canções!
E quando cá tiver dentro outra criança, a minha criança de carne e osso, eu vou deixa-las brincar juntas e vou ler histórias de embalar às duas.
Quanto a ti…
Melhor ainda, quanto a nós…
Sei que podemos ter a nossa própria gaveta, onde guardaremos alguns sonhos novos, os nossos sonhos…
E eu não a quero perder.
Vamos guardá-la num lugar seguro, onde nada nem ninguém a poderá violar…
A chave, essa, podia ser de chocolate! Deixas?!
Prometo que não lhe dou uma trinca às escondidas!  

Gracinha
Janeiro de 2008

3 comentários:

Ana disse...

Querida, que texto lindo :) adorei mesmo :)

Beijinho

Gracinha disse...

Obrigada! :)

beijinho grande

Sutra disse...

Seu eu não tivesse um M. à minha frente... raios!! :P

beijo
Sutra